domingo, 28 de março de 2010

Sem Moral !

Diretor de empresa que estreou patrocínio no 

São Paulo ofende clube no Twitter

Locaweb pede perdão pelo episódio em que funcionário usou expressões obscenas ao ironizar o Tricolor na derrota para o Corinthians
GLOBOESPORTE.COM São Paulo

No clássico deste domingo, contra o Corinthians, os jogadores do São Paulo entraram em campo pela primeira vez com o patrocínio da Locaweb. A empresa, que oferece hospedagem de sites e infraestrutura para internet, fechou um acordo com a equipe do Morumbi por duas partidas. Porém, durante o confronto, o diretor comercial da empresa, Alex Glikas, ironizou o Tricolor, derrotado por 4 a 3, usando expressões obscenas, além de se referir ao São Paulo como 'bambizada'.


Reprodução/Twitter

Página do diretor comercial da Locaweb no Twitter: mensagens ofensivas ao time do Morumbi

Mais tarde, após o episódio ganhar repercussão na internet, a página do diretor já não trazia mais as mensagens ofensivas. Alex Glikas usou seu espaço para pedir desculpas e elogiou os times pelo jogo em duas mensagens: “Parabéns Corinthians e parabéns São Paulo pelo clássico” e "Minhas sinceras desculpas à torcida e ao time do SPFC. No calor do clássico, o torcedor tomou conta do profissional. Não acontecerá de novo"

De acordo com o departamento de comunicação do São Paulo, um dos donos da Locaweb entrou em contato com o diretor de comunicação do clube, Rogê David, e fez um pedido formal de desculpas. A empresa alegou que os textos publicados no Twitter representam somente o pensamento de um funcionário da empresa. Um comunicado também foi posto na internet, com mais um pedido de desculpas - veja abaixo, na íntegra.

Apesar de toda confusão, o patrocínio está mantido também para a partida da próxima quarta-feira, contra o Monterrey (MEX), pela Taça Libertadores da América, que será realizada no México.

"Futebol foi, é e sempre será um território movido pela paixão. E sujeito, muitas vezes, a manifestações impensadas. Hoje, infelizmente, um funcionário da Locaweb, no calor de sua paixão, se manifestou de maneira equivocada sobre o resultado do jogo entre São Paulo e Corinthians , dando a muitas pessoas a impressão de que a sua opinião pessoal era a opinião institucional da empresa. A Locaweb vem a público esclarecer que a opinião de seu funcionário não corresponde à da empresa e se desculpa por eventuais mal entendidos ou constrangimentos causados por esse funcionário."

"Fechar uma parceria com o São Paulo e expor nossa marca na camisa de um dos times de maior prestígio do País para nós é motivo de orgulho. Assim como já fizemos com outras equipes, a Locaweb tem ciência da força do futebol e respeita muito todas as torcidas."

"A Locaweb hoje é a maior empresa de serviços de internet da America Latina e conta com centenas de funcionários, entre eles são paulinos, corintianos, palmeirenses, santistas, flamenguistas, gremistas, colorados e muito outros torcedores de times nacionais e internacionais. Mas essa diversidade que está no âmbito pessoal de cada funcionário, e nunca, de modo algum, na posição institucional da empresa, foge às vezes de nosso controle, como no episódio de hoje. Esperamos que todos que se sentiram ofendidos pelo nosso funcionário, nos desculpem, e garantimos que medidas cabíveis serão tomadas em relação a isso."

sábado, 27 de março de 2010

Celular 4G


Operadoras investem na 4G - a conexão para celular 180 vezes mais rápida

Previsão  é que tecnologia chamada LTE chegue ao Brasil por volta de 2014
Sílvio Crespo, do Economia & Negócios  

SÃO PAULO - "Olha" - é o que você vai responder quando alguém ligar perguntando onde você está. Por que descrever o ambiente com palavras se você pode transmitir pelo celular imagem em tempo real e em alta definição?
As operadoras de telefonia móvel estão investindo em uma tecnologia de acesso à internet que terá uma conexão cerca de 180 vezes mais veloz do que a atual.
UM MERCADO DE US$ 70 bi
 Essa é a projeção para os serviços 4G (clique aqui)
Segundo cálculos do engenheiro Marcelo Zuffo, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, as conexões móveis da 3ª geração (conhecidos como 3G, atualmente em uso) levam em média 6 horas para baixar um arquivo de 1 gigabyte. Já a tecnologia LTE (Long Term Evolution), ainda não implantada no Brasil, faria o download do mesmo arquivo em 2 minuto.

Reportagem completa clique aqui

terça-feira, 23 de março de 2010

Meu amigo, Charlie Brown - Peças - Infantil - VEJA SP

Meu amigo, Charlie Brown

Destaque
  • Categoria: Peças
  • Gênero: Infantil
  • Preço: de R$ 25,00 a R$ 50,00
  • Duração: 75 min.
  • Direção: Alonso Barros
  • Elenco: Leandro Luna, Frederico Silveira, Paula Capovilla, Thiago Machado e outros.

Classificação Veja SP
Bom
Mais informações:

Meu amigo, Charlie Brown - Peças - Infantil - VEJA SP

Resenha por Luiz Fukushiro:

Na onda dos musicais em cartaz na cidade, a garotada também tem vez. Baseada na segunda versão de You’re a Good Man, Charlie Brown, de 1999, a peça Meu Amigo, Charlie Brown reúne no Teatro Shopping Frei Caneca o cãozinho Snoopy e a turminha eternizada pelo cartunista Charles Schulz (1922-2000). A montagem nacional é mais curta que a original da Broadway, escrita por Clark Gesner, e também não há fidelidade na caracterização dos personagens ao vivo. Porém, o ritmo fluido da narrativa e a simpatia dos atores dão frescor ao texto, sutil e muito bem transposto da linguagem de Schulz. Com a mesma graça das tirinhas, são apresentadas, por exemplo, a personalidade angustiada de Charlie Brown (o ator Leandro Luna), a braveza de Lucy (a ótima Paula Capovilla) e as digressões filosóficas de Lino (Thiago Machado). Bastante colorida, a montagem tem catorze canções interpretadas ao vivo pelo elenco e uma pequena orquestra de seis instrumentistas, regida pelo diretor musical Marconi Araújo. Agora Eu Penso Assim, entoada por Schroeder (Felipe Caczan) e Sally (Mariana Elisabetsky), é uma das mais bacanas. Outro bom momento é Meu Pano e Eu, sobre a célebre relação entre o menino Lino e seu cobertorzinho. De 13/03 até 27/06/2010.

 

domingo, 14 de março de 2010

10 ANOS DA "BOLHA DA INTERNET"

Quem vivenciou esse período, em 2000, sabe que o estouro da "bolha da internet" mudou o mercado de TI para sempre, e na realidade creio que fez um bem, porque acabou com uma euforia desenfreada, que fazia com que muito empreendedores perdessem dinheiro em "aventuras" que foi o que se tornou intertir na internet, como se costumava falar.

Roberto Marinho

- Nave Digital - http://idgnow.uol.com.br/blog/navedigital -

Eles sobreviveram ao estouro da bolha do mercado de internet no Brasil

Posted By Clayton Melo On 12 12America/Sao_Paulo março 12America/Sao_Paulo 2010 @ 18:51 In Negócios | No Comments
Eles sobreviveram ao estouro da bolha da internet
Nesta semana, completaram-se dez anos daquilo que se convencionou chamar de o “estouro da bolha”. É a expressão usada para se referir ao início da derrocada colossal da bolsa americana Nasdaq, que enterrou uma série de empresas ligadas à internet – as chamadas pontocom. Acabava ali o tempo do dinheiro fácil, dos investidores endinheirados dispostos a tudo. Acabava ali a era da inocência digital.
Quem sobreviveu à tempestade e continuou a comandar projetos na área de internet, nunca mais olhou para seus negócios da mesma maneira.
Índio Brasileiro Guerra Neto, sócio-diretor de várias empresas digitais, como I-Group Treinamento e Consultoria e FirstCom Comunicação, é um deles. Na época da bolha, ele era diretor-geral da StarMedia, uma das estrelas do começo da internet –o fundador da empresa, o uruguaio Fernando Espuelas, era visto como um dos candidatos a geniozinhos do mundo digital.
“Foi um tempo maluco e muito tenso”, relembra. “O cenário era de grandes investimentos, porque os investidores e os empreendedores enxergaram um mercado novo. E ninguém estava errado ao pensar assim. O que estava errado eram os modelos de negócios, ou o timing de muitos deles”, avalia.
Modelo de negócios
No que se refere aos grandes portais, analisa Guerra Neto, o modelo desenhado para a sustentação do negócio estava baseado na receita obtida com assinatura por acesso, publicidade e comércio eletrônico. Nesse grupo se encaixam empresas como UOL e Terra. Em outros, excluía-se o acesso do tripé de receitas, mantendo-se a propaganda e o varejo online. É o caso da StarMedia. Para ela e outras companhias que adotavam o mesmo sistema, a audiência era vista como o motor para atrair publicidade online.
Trata-se de um modelo que permanece até hoje, embora com o acréscimo de outras nuances, como a venda de serviços agregados (segurança, email especial, gestão, cursos e treinamentos etc). Resumo da ópera: a conta não fechava no final do mês. E, com a quebra da Nasdaq, muitos investidores recuaram e houve empresas que não tiveram fôlego para superar a turbulência.
E por que a StarMedia naufragou? “A empresa tinha dinheiro para criar uma infraestrutura e oferecer acesso. Mas optou por outro caminho por uma questão de estratégia. Afinal, a internet crescia rapidamente e fazia sentido imaginar que a publicidade decolaria”, avalia.
“A fragilidade desse modelo é que o mercado não estava maduro para a publicidade online”, afirma.
Para Guerra Neto, havia outra agravante. Como se tratava não só de um mercado, mas também de empresas novas, portais, provedores e sites iniciaram uma corrida à mídia para construir suas marcas. Assim, destinaram verbas altíssimas para publicidade, que se somavam a investimentos elevados para manter sua operação.
Ele era um executivo trintão na época. “Veja você: hoje tenho 46 anos e posso me considerar um dinossauro da internet, assim como outros que participaram daquele período – são pessoas que têm a mesma idade que eu ou são mais novas. Mas, naquela época, referir-se a alguém como dinossauro em alguma profissão era para alguém com 70 anos”, afirma.
Novatos
A questão da juventude é ainda mais notória no caso de Alexandre Canatella, 36 anos, sócio da e-Mídia, grupo que controla os sites CyberCook (fundado em 1998), CyberDiet (2000) e Via Mulher.
Sua experiência na internet começou quando foi contratado para ser diretor do CyberCook, que já fazia relativo sucesso como um site de gastronomia. Tinha na ocasião 24 anos. Canatella não sabia muita coisa de internet muito menos de gestão de negócios naquela época.
Hoje, o CyberCook parte de uma empresa mantida por grupos investidores – ele é um dos sócios como pessoa física. Mas, ao contrário de outros projetos típicos da bolha – bem-sucedidos ou não -, o site começou por acaso, quando um jovem programador criou um site para que seus amigos tivessem acesso a receitas culinárias retiradas “desses caderninhos que existem em todas as casas”. “Mas a coisa deu certo, conquistou audiência. Acho que essa foi um dos fatores que fizeram o CyberCook sobreviver à bolha: ele nasceu com uma base real, tinha audiência e um serviço. Não foi criado no meio da euforia para apresentar a um investidor”, avalia.
Há outra diferença fundamental: em 1998, o UOL havia adquirido parte do negócio, o que representou segurança financeira e melhoria na gestão do negócio. “Mal sabíamos o que era um plano de negócios. A questão é que a empresa já era lucrativa, embora com um faturamento pequeno. O apoio do UOL reforçou nossa operação”, diz, observando que hoje o provedor não é mais sócio da empresa. A base de sustentação da empresa era a venda de publicidade.
Ao analisar o efeito do estouro da bolha, Canatella avalia que, apesar dos estragos, o terremoto digital teve seus aspectos positivos, como o amadurecimento dos jovens empreendedores. “Não houve vencedores e vencidos. O que ficou é o legado de uma geração que conseguiu empreender no nascente mercado digital”, afirma Canatella.
Nesta semana, completaram-se dez anos daquilo que se convencionou chamar de o “estouro da bolha” de internet. É a expressão usada como referência para o início da derrocada colossal da bolsa americana de tecnologia Nasdaq, que enterrou uma série de empresas ligadas ao digital – as chamadas pontocom. Acabava ali o tempo do dinheiro fácil, dos investidores endinheirados dispostos a tudo. Acabava ali a era da inocência digital.
Nasdaq
Quebra na Nasdaq  deixou lições
Quem sobreviveu à tempestade e continuou a comandar projetos na área de internet, nunca mais olhou para seus negócios da mesma maneira.
Índio Brasileiro Guerra Neto, sócio-diretor de várias empresas digitais, como I-Group Treinamento e Consultoria e FirstCom Comunicação, é um deles. Na época da bolha, ele era diretor-geral da StarMedia, uma das estrelas do começo da internet –o fundador da empresa, o uruguaio Fernando Espuelas, era visto como um dos candidatos a geniozinhos do mundo digital.
“Foi um tempo maluco e muito tenso”, relembra. “O cenário era de grandes investimentos, porque os investidores e os empreendedores enxergaram um mercado novo. E ninguém estava errado ao pensar assim. O que estava errado eram os modelos de negócios, ou o timing de muitos deles”, avalia.
Modelo de negócios
No que se refere aos grandes portais, analisa Guerra Neto, o modelo desenhado para a sustentação do negócio estava baseado na receita obtida com assinatura por acesso, publicidade e comércio eletrônico. Nesse grupo se encaixam empresas como AOL, nos EUA, e UOL e Terra, no Brasil. Em outro, estavam companhias cujo projeto excluía o acesso do tripé de receitas, mantendo-se a propaganda e o varejo online. É o caso da StarMedia. Para ela e outras companhias que adotavam o mesmo sistema, a audiência era vista como o motor para atrair publicidade online.
Trata-se de um modelo que permanece até hoje, embora com o acréscimo de outras nuances, como a venda de serviços agregados (segurança, email especial, gestão, cursos e treinamentos etc). E, com a quebra da Nasdaq, muitos investidores se mandaram para Pasárgada e houve empresas que não tiveram fôlego para superar a turbulência.
E por que a StarMedia naufragou? “A empresa tinha dinheiro para criar uma infraestrutura e oferecer acesso. Mas optou por outro caminho por uma questão de estratégia. Afinal, a internet crescia rapidamente e fazia sentido imaginar que a publicidade decolaria”, avalia.
“A fragilidade desse modelo é que o mercado não estava maduro para a publicidade online”, afirma.
Para Guerra Neto, havia outra agravante. Como se tratava não só de um mercado, mas também de empresas novas, portais, provedores e sites iniciaram uma corrida à mídia para construir suas marcas. Assim, destinaram verbas altíssimas para publicidade, que se somavam a investimentos elevados para manter sua operação. Resumo da ópera: a conta não fechava no final do mês.
Experiências
Um dos diretores responsáveis pelo lançamento do UOL, em 1996, Guerra Neto era um executivo trintão na época da bolha [1]. “Veja você: hoje tenho 46 anos e posso me considerar um dinossauro da internet, assim como outros que participaram daquele período – são pessoas que têm a mesma idade que eu ou são mais novas. Mas, naquela época, referir-se a alguém como dinossauro em alguma profissão era para alguém com 70 anos. A internet comercial começou com uma geração muito nova”, afirma.
Nasda3Empreendedores hoje são “dinossauros” da web
A questão da juventude é ainda mais notória no caso de Alexandre Canatella, 36 anos, sócio da e-Mídia, grupo que controla os sites CyberCook (fundado em 1997), CyberDiet (2000) e Via Mulher.
Sua experiência na internet começou quando foi contratado para ser diretor do CyberCook, que já fazia relativo sucesso como um site de gastronomia. Tinha na ocasião 24 anos. Canatella não sabia muita coisa de internet muito menos de gestão de negócios naquela época.
Hoje, o CyberCook é parte de uma companhia mantida por grupos investidores – ele é um dos sócios na condição de pessoa física. Mas, ao contrário de outros projetos típicos da bolha – bem-sucedidos ou não -, a empresa começou por acaso, quando um jovem programador, Luiz Lapetina, criou um site para que seus amigos tivessem acesso a receitas culinárias retiradas “desses caderninhos que existem em todas as casas”, recorda Canatella.
“Mas a coisa deu certo, conquistou audiência. Acho que essa foi um dos fatores que fizeram o CyberCook sobreviver à bolha: ele nasceu com uma base real, tinha audiência e um serviço. Não foi criado no meio da euforia para apresentar a um investidor”, avalia.
Há outra diferença fundamental: em 1998, o UOL havia adquirido parte do negócio, o que representou segurança financeira e melhoria na gestão do negócio. “Mal sabíamos o que era um plano de negócios. A questão é que a empresa já era lucrativa, embora com um faturamento pequeno. O apoio do UOL reforçou nossa operação”, diz, observando que hoje o provedor não é mais sócio da empresa. A base de sustentação do site era a venda de publicidade.
Ao analisar o efeito do estouro da bolha [2], Canatella avalia que, apesar dos estragos, o terremoto digital teve seus aspectos positivos, como o amadurecimento dos jovens empreendedores. “Não houve vencedores e vencidos. O que ficou é o legado de uma geração que conseguiu empreender no nascente mercado digital”, afirma Canatella.
Outro nome de destaque dessa geração é Edson Romão, hoje diretor do Dnit/Viajobem. Ele foi um dos fundadores do HpG, empresa de hospedagem de sites famosa no final da década de 1990 e que foi comprada pelo iG em 2001, que tinha o publicitário Nizan Guanaes como um dos sócios na ocasião. O HpG chegou a ocupar o terceiro lugar no ranking de audiência da internet.
Nasdaq2Bolha foi a corrida do ouro digital
“Foi uma ‘corrida do ouro’. Experimentamos a liderança e o prestígio no mercado, no qual todas as portas [3] abriam-se aos executivos de internet, em todos os setores da economia”, afirma, em relação aos tempos áureos que antecederam a quebra da Nasdaq.
“Além de trazer grandes inovações tecnológicas, essa passagem trouxe uma vivência sem par para os executivos de internet, que puderam desfrutar de muito crédito e recursos para desenvolver negócios”, diz.
“A  bolha da internet foi o maior laboratório de empreendedorismo da história da economia contemporânea. Era preciso contratar, treinar, decidir, criar, vender e aprender a ser grande em pouco tempo. Isso ficou como uma grande lição para quem viveu aquela época”, afirma Romão.


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[2] estouro da bolha: http://idgnow.uol.com.br/internet/2009/09/30/internet-brasileira-volta-a-ser-tema-de-grandes-negocios-diz-mandic/
[3] portas: http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2009/06/04/o-que-aconteceu-com-a-geladeira-com-conexao-a-internet/

domingo, 7 de março de 2010

NOVO DIRETOR DA OSESP

Fonte: Estado de São Paulo 

 01.03.10

‘Estamos vivendo uma lua de mel’
por Redação
Recebido com desconfiança, Arthur Nestrovski muda o clima na Osesp e revela os seus planos para o futuro da orquestra

Três décadas atrás, aos 20 anos, o estudante Arthur Nestrovski cantava a Missa Solene de Beethoven em um coro de York, na Inglaterra, e seus sonhos se dividiam entre música e literatura. Aos 50, pai de duas filhas e com uma vida inteira dividida entre as duas antigas paixões, o escritor, professor, crítico e violonista se vê no comando “de um transatlântico em alta velocidade”. É como ele define o cargo de diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Estado, a Osesp.
Recebido com alguma desconfiança, pelos músicos, conseguiu mudar o clima rapidamente. “Estamos vivendo uma lua de mel”, resume. Nesta conversa com a coluna, a três dias do início da temporada 2010 da orquestra, Nestrovski revela os planos de 2011 e o papel que, em sua opinião, a Osesp deve representar na vida cultural do País.
O que você tem em mente, como diretor artístico da Osesp? Ninguém é louco de chegar e sair mudando o que já tem um padrão de excelência. Vim para aprender. Peguei um transatlântico em alta velocidade, mas ainda me sinto livre de questões emocionais. Isso torna mais fácil fazer as escolhas artísticas.
Há um plano, uma estratégia desenhada? Queremos que todos os quadros da Osesp interajam com a cena cultural brasileira e mundial. A orquestra tem que ser também um organismo que produza pensamento musical – desde concertos a atividades educativas, de reflexão, publicações, projetos sociais. Vamos intensificar isso tudo.
De que maneira? Hoje se pensa em música clássica como um escapismo maravilhoso. Mas queremos mais. Dou alguns exemplos. A partir de agora os libretos da temporada terão uma seção chamada Ensaio, com dez páginas para o espectador levar para casa e ler. E vamos lançar, no segundo semestre, o CD A Floresta do Amazonas, de Villa-Lobos. Convidamos o Milton Hatoum para fazer o texto do encarte. Isso é aproximar as produções de música e literatura.
Em que pé está a programação de 2011? Regentes e solistas já estão 90% fechados. Posso adiantar que, em junho, traremos o regente estoniano Arvo Pärt.
Há uma turnê, a partir de novembro, pela Europa. Por onde será? A orquestra vai tocar nas principais casas europeias. Em Viena, na Musikverein. Em Frankfurt na Alte Oper. Em Madri no Palácio da Música, em Salzburgo na Grosse Sal. E em 2011, em vez de América Latina, vamos sair por capitais brasileiras.
Você se sente preparado para ser diretor artístico de uma orquestra deste tamanho? Foi a preparação de uma vida inteira. Nos meus 30 anos de carreira tenho graduação em York, doutorado em Iowa, ambos em música. E 17 anos como professor de pós-graduação, 20 anos editando livros. Fiz crítica musical, gravei discos, fiz shows. E tive seis meses de conversa com o conselho da Fundação.
Como se sentiu ao aceitar? A primeira sensação foi um misto de excitação e temor. Acabo de fazer 50 anos e, a esta altura da vida, acho que sei o que serei capaz de fazer. Mas, enfim, não estão me pedindo para ser o presidente dos EUA. Tocar a Osesp está no limite do grau de loucura de aceitar um desafio.
Como a orquestra reagiu à sua escolha? Para muitos foi um pequeno ou um grande susto. Mas, passados dois meses e meio, estamos vivendo uma lua de mel. À medida em que eu vou tendo reuniões com as equipes, sinto que a gente é mais parceiro.
Em suas críticas musicais, você fazia elogios ao diretor anterior, John Neschling. O que achou do modo como ele saiu? Vou ser bem sincero: foi muito infeliz. Não precisava ter sido como foi. Mas os acontecimentos se precipitaram de tal modo que não havia como evitar. Isso é consenso mesmo entre as pessoas que tinham e têm admiração por ele.
Como é sua relação com o regente titular, Yan Tortelier? Quando ele está aqui, a relação é, obviamente, muito próxima. Mas ele não usa e-mail. Para encontrá-lo, tenho de localizar antes a mulher dele… (risos). Nosso tripé funciona muito bem – ele regente, o Marcelo Lopes como diretor executivo e eu na direção artística.
Pretende aumentar a atividade de outros quadros da orquestra? Sim. Queremos a Osesp no calendário cultural do País. Vamos colocar o Coro de Câmara e o Quarteto da Academia para se apresentar na Bienal, na Flip. Planejamos apresentações na Biblioteca de São Paulo. E na Virada Municipal, em maio, programamos um concerto ao ar livre para 30 mil pessoas.
E a formação dos músicos? A prioridade é a Academia da Osesp. Temos nela 20 músicos bolsistas, queremos ampliá-los para 40. Daria para formar uma pequena Orquestra de Câmara da Academia. E a Fundação Osesp vai ampliar os concertos educativos. A ideia é aumentar a participação de 50 mil para 75 mil alunos e professores ao longo deste ano.
Você tem falado muito em aproveitar mais compositores brasileiros. Como será isso? Fechamos com a Biscoito Fino para, a partir de 2012, lançarmos um CD por ano de obras de um compositor brasileiro vivo. O primeiro será Gilberto Mendes. Já encomendamos e vamos executar obras de Almeida Prado, Willy Corrêa de Oliveira.
E como fica sua carreira de violonista? Não pretendo abandoná-la. Acordo todo dia às 7h para estudar violão. Tenho turnê em Portugal e Espanha em junho. Desde que fui nomeado na Osesp, gravei três discos. “Chico e Violão” e “Pra que Chorar”, que saem em abril, e outro duplo com José Miguel Wisnik, que sai no segundo semestre.
Por Débora Bergamasco e Gabriel Manzano Filho